Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 11 de novembro de 2014




Teus dedos piano
Navegavam em meu rosto
Simbolavam em meus cachos,
Cordas de contrabaixo.
Teus lábios flauta
Me sopravam segredos
Sabor de Violoncelo.
Respirava teu orvalho sustenido
que me fazia gargalhar pela manhã.
Flutuava com vestido de idílio
para celebrar os bosques com Pã.
Chegavas de mansinho
E pousavas, passarinho, dentro dos meus olhos
como se o mundo tivesse mudado de lugar
e tua alma só tocasse esse órgão.
Voaste para junto do longe
Nas alturas de meu amparo.
Com a luz do sol embebida
e a pele dourada
Cravei minha boca na tua língua
"ouço o som de tua saliva"
(paula beatriz albuquerque)

sábado, 1 de novembro de 2014

Ácido-Drama



Do melodrama que escreveram para mim
Nenhum dos papéis concebidos me couberam.
Eu, artista inconstante, voluntarioso e disperso
Não quis ser o vilão que persegue gratuitamente;
Tampouco o herói que se auto afirma inutilmente;
Muito menos o mocinho choroso e impotente;
Nem o clown  sem graça, previsível e inconsequente.
Antes preferi ser algo único e inédito
Seguindo a improvisação
Do meu pensamento e do meu coração.
Isso me fez derrubar cenários;
Incendiar cidades imaginárias;
Destruir castelos de nuvens;
Ferir até pessoas amadas.
E mesmo pagando com o alto preço da solidão
Tive o gozo de ver num átimo
O meu drama de meloso ficar ácido.
E na trama rocambolesca deste folhetim efêmero
Criar na desconcertante literatura da vida
Um novo Gênero. 

Marcio Rufino