Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
,algures, tardiamente
(I)
,e eu abrando,
repetem-se cenas, visões, nenhures imaginados,
criações sem nuvens em redor, ou alfazemas do campo
agarradas à terra seca, gretada,
,e eu abrando,
,o amar torna-se ridículo,
quando regressam os odores conhecidos,
como se à tarde existisse sempre, sempre
um esconder do sol,
,ou um poema por ler.
(II)
,transmuda-se a pele em escamas,
pela viagem sem partida, sem gestos,
mímica que os nevoeiros escondem,
tapam,
,lenços brancos esvoaçam símiles a bandos
de pássaros em migração constante, sem tino,
sem rota,
loucos.
(III)
,quantos os loucos.
(IIII)
,um dia abate-se o céu pelo peso das estrelas,
,eu, abrandar-me-ei,
agitando esse pó que me cobrirá
inexoravelmente,
implacável o ondear sem reflexo, nexo,
figuras, sombras, pessoas,
uma amálgama que se debaterá então.
,o tempo parará a loucura,
,as aves morrerão em pelo voo, suspensas,
acamadas nos cirros estáticos, eternizados,
enraizados no parir dos tempos.
(IIIII)
,e eu repetirei-me-ei,
,sem pejo, impedimento;
“-As amendoeiras renasceram em flor, algures, tardiamente.”
Poema de Francisco Duarte
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terça-feira, 22 de janeiro de 2013
No estalar da madeira, na chuva deste Inverno
No estalar da madeira, na chuva deste Inverno
Encontro-te à lareira, tardiamente respostas.
O quadro é uma história
As vagas castigam o molhe, o cais, as rochas.
Na tempestade o farol cede em dúvidas
Como perguntas submersas, um oceano, talvez de nós
Sem guia, ao sabor das ondas
O barco navega à deriva, entre certezas
Há tanto tempo, que nos perdemos por fim
No fundo do mar, na calma de um coral.
Poema de Nuno Marques
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domingo, 20 de janeiro de 2013
RE-CRIAÇÃO
des-membrar
des-estruturar o verbo
des-ordenar a estrutura
des-mitificar
ir além do provável
e - assim - instituído o caos
re-modelar
o imponderável
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Sobre o sentido da vida
Se tiver tempo, vou sentar-me junto ao Tejo ao fim do dia
E contemplar a paisagem, o pôr-do-sol acontecer.
Sim, se tiver tempo, vou olhar a ponte suspensa de Abril
Estendendo-se sobre o rio em direcção ao horizonte
[até onde os olhos não alcançam
E nela, vou ver os carros e os comboios
Durante o breve momento da travessia entre as duas margens
Passarem plenos de sentido
E o sentido que os preenche, é o mesmo que os leva em frente
[sem que o saibam
Aparecem do nada, atravessam a ponte desaparecendo no nada
E eu com eles, enquanto os olho, vivendo
Fazendo a mesma travessia
Sim, vou sentar-me junto ao Tejo ao fim do dia
Olhar a ponte, os carros e os comboios acontecerem comigo
[um pôr-do-sol
E se tiver tempo, talvez pensar sobre o sentido da vida.
Poema de Nuno Marques
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
A HORA DE 50 MINUTOS
sábado, 12 de janeiro de 2013
Dois Estranhos
Desde quando casou
Ela nunca mais apareceu.
Apenas sua imagem viva
Que não era mais a mesma de antes,
Pois aquele sentimento
Que era uma brincadeira
Agora é uma realidade
E como toda verdade,
Reprimida e duvidosa.
Então, toda vez que ela aparece
Ela não é mais aquela
Como eu não sou mais aquele.
Somos dois fantoches indiferentes
Perdidos na paisagem
Marcio Rufino
E QUE VENHA A PALAVRA
em suaves movimentos
sem requintes, nem propósitos
como a fina areia de uma ampulheta
escorre sutilmente e sem pressa
Que a palavra entre como o vento
pelas frestas da janela entreaberta
formando uma fina camada de pó
Que a palavra nos tome de surpresa
e se encaixe no quebra-cabeças
todos os mistérios do não dito
nesse silêncio que cobre distâncias
como tudo que começa sem aviso
sem que sequer se perceba quando
Restos da América
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
pelo sombreado emaranhado, (embreado) desses seus cabelos
como quem acorda, sorri e sonha em ser Cinderela
abstrata em meu sangue
logo aprendeste a desprezar
a presença afiada de uma lembrança
hipnotizou e mudou as listras do tigre
com um grampo recolheu os cabelos no alto da cabeça
atacou-me como uma divina revelação
tocou-me com os olhos
dividiu-me em lados, sentada na varanda desse poema
com as palavras passando entre os dedos
sorriu... só pra mim
sem olhar pra trás, desmentiu meus olhos
sumiu para o passado
deixou o vento sussurrando por aí...
o som mais alto de todos:
o silencio (em cativeiro)
... o resto é a alma fotografada andando de um lado pro outro
Poema de Vânia Lopez
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
,abana os ventos
(I)
como se a perfeição existisse,
sem adjetivo, sem palavra,
e envolve-me nesse manto feito teu corpo.
,sempre soube das pedras perdidas pelo mar,
das montanhas submersas, inóspitas,
isoladas,
quais armadilhas de navegante
,as visões.
...
(II)
,abana os ventos, abana-os em rodopios, revira-os,
que quebrem os mastros libertando as velas gastas,
e,
no final, que o barco se arpoe mar adentro.
,revela-me o dia,
(III)
...
um dia,
a cada segundo, em cada momento,
faz-me recordar o que sempre quis
esquecer,
este esquecimento de mim.
(IIII)
,[e envolve-me nesse manto feito corpo teu],
só.
Poema de Francisco Duarte
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Biscoito recheado de arte
sábado, 5 de janeiro de 2013
Canções Estrangeiras
Não preciso que falem
A mesma língua que a minha
Para me fazer entender
Pois nas armadilhas sentimentais
Que a nossa mente cria
O coração emana sutilezas
Surpreendentes e magníficas
É por isso que existem
As canções estrangeiras
Para nos lançar a lugares míticos
Mitigando interesses, iras e conflitos
Pois não precisa entendimento
Para a frenética persuasão dos sentidos
Marcio Rufino
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
,e chovem estrelas
(I)
e como o som dos violinos,
abarca,
o que as mãos e os braços não cingem.
,tem anos que começam assim,
ímpares ou não,
com som
,e chovem estrelas, meteoros cansados
que me arrepiam,
sem arrependimentos,
apenas me esqueço, apenas me precipito, apenas
possíveis futuros reaparecem, entorpecidos.
,e, se me recordo desfraldam-se as velas,
morrer-me-ei então, pela viagem, pelo tempo,
“-mais uma vez”.
(II)
seja-me a visão única do horizonte,
clara, sem promontórios distantes ou rochedos submersos,
“-nessa única vez”,
(III)
,que me seja permitido, ir,
além.
Poema de Francisco Duarte
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