Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 2 de setembro de 2012

como pão no prato sagrado

tua maquiagem indiana
teu olhar vestido de gala
tua boca margem de desejo crescente
tua nuca entorta o vento
teus braços rogam um roubo
tuas unhas correm como veneno se alimentando do sangue
tuas mãos banhadas de silencio
teus pés violam a terra em carícias
tua penteadeira cheia de pistas de colares, pulseiras, digitais de perfumes
tua veste troca de pele na penumbra
tua fita no cabelo unta a alma de lembrança
teu colo um demônio sonhando
tuas veias cantam, causam feridas no céu

dá-me um lugar para fugir do mundo
no fundo do meu ser
tua lágrima como pão no prato sagrado

aceite esse beijo na sobrancelha
escolha minha roupa (uma que cubra pecados)
deixe que nossas almas disputem entre si
enquanto dançamos através dos tempos


Poema de Vânia Lopez

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[...é-me lomgíqua a linha do horizonte]


é-me longínqua a linha do horizonte,
que escaqueira a ondulaçao invisivel do sonho manso,

mansidão que se deseja encabritar em ânsias,
mas que se atrofia sem beijo, sem toque ou cheiro,
destinos incumpridos, direi.

Nos olhos extasiados pela longitude,
prometem-se outros mundos férteis em belezas, desertos
de almas, ou de olhares, prometer-me-ei um dia.

Destinos, direi.

Os homens lançam-se ao mar, sem temer a preia-mar,
as mulheres de negro miram o céu que se abre em azul,

ajoelham-se como pedintes, cumpridoras do ser em súplica,
e mesmo rastejando pelo areal,
jamais serão envolvidas pelo ténue abraço do sol que
insiste em permanecer, vão-se as visões.

Ouve-se o ranger da madeira, os solavancos da ondulação,
“- mar arriba... mar arriba!”, grita-se,
e o leme que antes roçava as areias, orienta rota,

nada, apenas direi.

Resto-me apenas, o olhar[?]

extasiado, direi.

Poema de Ricardo Pocinho

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