Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 24 de julho de 2012

Poema 23

.

à elsa



essa mulher em extremo primavera
de pólen e totens à ilharga cingidos imenso
que disfarçadamente acende colibris
plantados no ventre;

ela (e não outra) que me traz feliz e irreverente
até ao artelho do coração e há muito casulo
e uma certa rotina (extenuante, valiosa) que ao poeta
não lembra;

essa mulher, finalmente, na gare propícia,
acenando adeus, de olhos tingidos por muitos eucaliptos avessos;

ela (e não outra)
disfarçadamente sinceríssima // pronta

essa mulher em extremo

primavera


.

Poema de Mario Revisited

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carochas, bicicletas & biplanos - 32

Oh, a música Jazz. Será uma filosofia? Bem, na verdade não existe um género chamado música jazz. Desde que o termo foi inventado o conceito alterou-se e irá continuar a modificar-se. No fundo, continua a ser música de improvisação, seja com que instrumentos. Ensinamos às crianças de que um grupo de músicos composto por um baterista, um pianista, um baixista, um ou mais saxofonistas ou trompetistas, são um grupo de jazz. E se tocarem Bach pela partitura? Ou se tocarem música para filmes, para baile, apenas música, serão sempre um grupo de jazz? Não, a menos que improvisem e trabalhem qualquer tema, desmontando e montado-o de novo. Mesmo que seja um baterista, um baixo eléctrico, uma guitarra eléctrica e um vocalista cabeludo. A grande qualidade da música jazz é que é progressiva, mutante, sempre em movimento, intemporal, sem barreiras, sem credos, multirracial, sem fronteiras, aberta, livre e o que mais possamos pensar. Coltrane nunca gravou ou deu um concerto repetindo uma faixa sequer. Miles Davis nunca parou de se modificar até morrer, melhorando ou apenas fazendo diferente. Sonny Rollins continua a fazer isso sempre que grava ou dá um concerto, se é que ainda o faz mas transforma-se constantemente por décadas. Dexter Gordon nunca deixou que o alcoolismo lhe barrasse a criatividade e para o fim ficou saborosamente lento mas sempre brilhante. Um grupo de jazz pode ter músicos de qualquer idade, de qualquer cultura, interpretando qualquer tema, usando a linguagem reconhecida por todos, a melodia, a harmonia e o ritmo, enfim a linguagem da mãe das artes – a música. Se não é uma filosofia, improvise-se uma filosofia e já. Mas claro já foi inventada e não foi hoje. Transformemo-la mais uma vez. Um pouco eu, agora tu e depois os outros. Repetimos o ciclo tantas vezes quanto o sol se põe e nasce novamente.
Jul. 12

Autor: Carlos Teixeira Luís

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carochas, bicicletas & biplanos - 31

Li, não acabei, não sei se vou acabar e não gostei. Refiro-me ao livro: O Último Segredo do jornalista José Rodrigues dos Santos. Segredos que não são segredos, simplesmente não são oficiais no cristianismo católico, explorados numa intriga infantil com personagens - caricaturas mal desenhadas. E por amor de Deus, as vezes que o autor repete a expressão: “promontório”, numa página chegou a três - sempre que a intriga se passa numa cidade diferente e com o raio da elevação, lá vem a expressão. Outra expressão é: “traça”, não o insecto mas o perfil dos edifícios que identifica a corrente de arquitectura utilizada. Isso são pormenores, apenas uns breves exemplos mas há muito mais e contribuem para não se levar a sério o livro e mais, acaba por ser um livro chato e com nada de novo. Jesus foi judeu? Ora qualquer religião protestante ou testemunhas de jeová pregam isso há décadas. Assim como a “santíssima” trindade não ter base na Bíblia ou no cristianismo primitivo assim como outros aspectos. Falta um enredo que use estes aspectos de investigação, aliás toda ela documentada, o autor ou não fosse jornalista, apresenta as referências donde tirou as suas teorias. E esta é a única qualidade do livro – a investigação. Devia-se ter ficado por aí. Mas não, temos uma peça ingénua de acção e suspense ao virar da página de cariz juvenil e naif. É isto que o faz ser muito lido? Então as pessoas gostam, nada em contrário mas eu não gostei. E ainda não cheguei ao fim porque não quero chegar ao fim. Livro posto de parte. Devolvido ao dono que me emprestou. Tragam-me Raymond Chandler (um clássico de referência, melhor não há, opinião pessoal), Stieg Larsson (li os 3 livros da saga Millenium em 2 curtos meses num frenesim que não conhecia há anos, agarra literalmente a nossa atenção, tem esse mérito e tendo em conta que a saga são 3 livros num total de 2000 páginas) ou Crichton (investigação misturada com ficção, mundos desconhecidos (quer a moda dos dinossauros, de que não sou grande apreciador ou outros exemplos de intriga internacional sempre com um suspense viciante, vão lá experimentar) tudo menos isto. Claro que há muitos outros autores de referência, centenas e este escritor-jornalista tem outros livros bem conseguidos e bem trabalhados. Mas este enfadou-me. Bem, gostos são gostos. Um abraço.

Jul. 12

Autor: Carlos Teixeira Luís

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