Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 8 de junho de 2012

"minha(...)"


dívida. e excesso. em plenos actos às formas de pares
dentre lados regidos qual igual ponto por arremesso
laço.. teu desenho! em previsível corpo de acto, e. erro
e erros.. e lares. carta em letra/libra à marca que te sabe

mas é..

cada parte de um indício e prévio limite por algum resultado
à luz da menção fugídia que te brilha em reverso pois, advém
combina. pactua.. emerge de tão.. ínfima, em subtítulo predicado
é a lua da manhã(o lado..) à sombra do sol. e à noite e. ao desdém

mas, ainda é..

cada lápide da parte entregue onde reina(já.) o interesse oblíquo











..







toda esta.. prece. que carrega o passo da tua mesma (im)presença
carne da lição em lei que te absorve o meu pensamento.. império!!
meu campo de guerras e lanças e cantos ao redor da tua venda
sou. este cego.. sou. tal conto prévio contínuo e tormento deste verbo

da palavra que te é..

métrica e lima. à tarde acesa da chuva mais carregada d'onde me sei
em vendavais à altitude obscena por reinar em ar aberto, mas perto..
qual olho que te compre, acto que te vem e corrompe.. -"carta", levar-te-ei!!
hoje! e, aos meus dias de queimas e águas.. em, páginas deste repto

da palavra que te faço..





nem à morada por um palmo deste dia
nem à vénia que te bate à porta(e bate/bate/bate..)
seja(me) de noites desiguais em alvoroço
seja(me!) das minhas lâminas, o meu apreço

meu
próprio(e único..)








sopro.


Poema de Azke

[...e quão perto se quer o mar em mim


e quão perto se quer o mar em mim,
e quão inerme me deixa quando longe se espraia.

Era-me o vento bonança quando o pisavas descalça
anunciando chegadas, e repetias;
“- o mar não tem quintais, nem latifúndios, as pessoas não moram lá, morrem-se por lá!”

Pudesse eu deslizar-me pelas espumas do mar
sem ruído,
pudesse o céu abrir-se de par em par, como um sorriso
inocentado pelas derivas constantes das correntes,

pudesse eu morrer-me por ti,
perto do mar.

Fundeei-me nesta letargia momentânea, sem visão,
apenas restaram algumas orquideas que vogaram até mim,

suavemente,
silenciosamente,

e,
enquanto as recolhias descalça e núa,
era-me longinquo o marulhar do mar em mim,

tão perto dos silêncios teus.

Poema de Ricardo Pocinho (Transversal)