Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 8 de janeiro de 2012

Piano-poema

Afino os dedos nas teclas da escrita como se de um piano se tratasse
Depois, sorrateiros, os martelos quase silenciosos, crescendo
Na cauda do instrumento há um homem de fato que se deita
Ninguém sabe de onde vêm os dedos nem importa

A melodia do amor
Até se pode ouvir afinal numa pipeta de mercúrio
Basta que os amantes aqueçam a noite com champanhe gelado
E os gatos atrevidos se sirvam das sombras nos telhados
Sejam de zinco os sussurros

Para afinar um piano de escrita é preciso um bar disponível
De homens sem beira e mulheres à espera
De outras coisas quaisquer que sejam sem tempo

Um desafinado por perto
Um passo dado num doble incerto

Escrever é compor canções aos medos
É saber quase todos os segredos
E não restar alternativa que não seja morrer

Refastelado num piano-poema a sobrar dos dedos

Poema de José Ilídio Torres