Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 20 de agosto de 2011

11 meses, 19 dias e muitas horas de vida!

Celebremos a vida!
Agora têm graça todas as cartas de amor ridículas.
E essas coisas ridículas que todo mundo diz
quando diz que ama.

A lama da UFAL, os braços me abraçando,
O frio, a falta de luz,
O creme no cabelo,
Pipoca e ônibus,
Banana com Catchup, pirulito,
Roupa molhada, corda,
Suor e beijo, tupolevs,
Formigas chatas,
Sombras móveis e nuvens rápidas,
Confissões, caretas bestas,
Chuvas e fotos, tu ia's, sextas,
Questionários, incesto no Teatro,
Saudades sem net, praia e repentista,
Unhas e conceitos, músicas e batom,
Seqüestros e prêmios, saias e Black Sabbath,
03 de julho's, datas do ano todo,
Chicletes e desenhos,
comunidades e mordidas – despedidas,
Cartas e São João, Parque de diversão e Legião Urbana,
Panfletos e timidez, Filosofia e Política,
Enquetes, sábados e domingos, tiroteios e declarações,
Celular e jurubebas na estrada, filmes e filmes,
Etc's e etc's, Reitoria e D.R.,
Tapioca e impressora,
Buraco e Xadrez,
Slides e eleições,
Morango e basquete,
Dããã's e provocações,
Surpresas de 18 anos,
Sapos... Ah, os sapos...

Conquistei-a, com minha teia.
Minha teimosia de querê-la – com querelas.
- Bozó.
Somos um só, um sol, um nó na garganta dos outros
que não sabem amar.

Não há casal como nós, nem terá e nunca terá existido,
porque o nosso cupido
morreu de felicidade
ao vê-la em nós. O nosso cupido não existe mais!
E a todos os casais
que o queriam conhecer: morram de inveja e de desgosto.
Porque, de felicidade, será nossa morte.
E, quem dera, a sorte de morrermos
como vivemos e viveremos: juntos.

Nós somos a terminologia dos amantes,
das invariantes da língua – que língua a que beijo!
11 meses e 19 dias da mais pura vida.

Poema de Isaac Buagrim

Como as coisas mudam


E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib,
Que virou silicone

A peruca virou aplique,
interlace,
megahair,
alongamento
A escova virou chapinha
'Problemas de moça' viraram TPM
Confete virou MMA
Crise de nervos virou estresse

A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou musse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou BabalooO
A-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3

É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do 'não' não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico

Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou Counter Strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,Cássia e Cazuza,Lennon e Elvis,
Todos anjosAgora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante

O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz......
De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.

(Luiz Fernando Veríssimo) 



Afrodite

Teu corpo de Afrodite incidental,
Nascido entre os escombros do meu dia,
Me surge enquanto dispo-me da cal
Das horas consumidas sem valia.

Teu corpo, epifania conjugal,
Sigilo e afago após a bizarria
Que me aflige tornando mais brutal
A mão que à noite busca-te erradia.

Refúgio de quem vive em meio às feras
De todos os banidos das esferas,
Dos anjos, prometeus e satanás

Que agora gozam, amam e trabalham
Na luta pelo pouco que amealham,
Afã com que teu corpo se compraz.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.