Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 15 de abril de 2011

Canto negro

a terra enxugava o suor dos pés
ao lado o cafezal
a poeira levantava do chão
era feliz enquanto a dança durava...
o sol escorria no rosto, no corpo
quando o luar batia como noite
na pele negra
botava fogo no coração da gente...

Poema de Vânia Lopez

Natureza

Chupa-me
Com boca, língua e lábios tantalescos.
Chupa
Teu picolé fresco,
E baba e ama e sua
Minha genitalha
Sob o sol tórrido,
Sob um céu hórrido
De recalcada vindita,
Na praia do mar
Que conspira em silêncio,
Embora marulhoso,
Confrontando-se com a pedra
Em rancorosa desdita.
Num carro que a areia
Planeja engolir
Semovente, sorrateira
Tanto o herói quanto a sereia –
Orla que devora tudo,
O pulso, o músculo,
Auroras e crepúsculos
Litoral irascível,
Sequioso,
Como tu,
Ó boca, bacante
Abocanhando-me,
Despindo-nos de tudo
De qualquer linho ou veludo,
Todo o tecido
Esgarçado, franzido
No jeans da tua levi’s
Nesta hora indefenível,
Enquanto, além,
A floresta fumegante,
Brasil, braseiro,
Ampla terra de ninguém,
Arde
Na pélvis
Das meninas durante
As tardes e noites,
Noite adentro
Em boites,
Prostíbulos,
Turíbulo
Com que incensamos o dia
E a atmosfera
Que nos desce e se espalha
Das carvoarias,
Grossa, fornalha,
Feito hera
Sobre nossas casas
E as gaiolas dos gaturamos
Enquanto gozamos...

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

Como escrever versos

Tempestade de neve
Tempestade de areia
Tempestade interior
Moinho
Moendo água
Redemoinho
Remoendo a alma
Pingo de gelo
Estalactite
Estalagmite
Dinamite
Cratera na gruta
Chuva de diamantes

Poema de Andri Carvão

SAMBA EM BERLIM (Arnoldo Pimentel e Anderson Oliveira)

SAMBA EM BERLIM
 Autores Arnoldo Pimentel e Anderson Oliveira

Tomei um samba em Berlim
Escureceu a vista
Virou uma coisa louca
Tropecei no guarda roupa
Fui parar no banheiro
E apanhei
Do chuveiro