Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 28 de março de 2011

Carta-Deixada

acesso: negado.

letrado, incorrecto.
inerte conceito por in.recuperação
meus redarguidos dados, incompletos
exceptuados..
deixados à in.razão em partes da soma destes erros
qual preço eleito por inserção de cena
à mesma im.presença
à sempre-resenha de lutas-antes ou prévias-quase de identificações
tão dissendentes,
em relevo-sêlo por tentativas
sempre ílicitas,
revestidas,
vãs..

na condição humana de se re-querer

ou, arbítrio.
lado.
lado continuado em
ilusão e lado. reticente
(apenas, parte da mente)
qual prévia da minha ilusão e
mente-cárcere-de-ti.

- vi-me.

alívio em altura imediata por inserção
eu entreguei-te o ouro dos sóis..
à nudez da tua cama. sem chama em frame que te recupere:
inteira.
a maneira sem letra da qual eu nao ouso me confessar..

à
cena.

tão percutida e.de paragens incautas, em
um voto
devoto. da cruz. do.
amém..
e
te digo.
exímio ponto perdido que te conto..
por um palco sempre-incurso, o
meu discurso
retirado
(além, além...)
peculiar de discórdia, à hora-re.volta por onde me sei
é
casa. da manhã, da história onde meu corpo ao pó, te forma
cai e me consola, por:
nunca mais te ver..

eu sei
saudade nunca é à verdade que supus..
na prima ordem qual diária da artéria repetida por teu pulso
(meu outro conselho pra descartar..)

ah, carta..
verifica meu anseio quando me tomar pra registro
me
queima.. com as incisões das preces re-vindas dos templos dela
e me aquece quando não mais ter, o.
fim.

Poema de Azke

Com vi-te de amar

Sucumbe a certeza velha

ao dizer

que talvez tenha encontrado

outro rei desgovernado.



certa forma incerta

ainda alegra meus pensamentos

e mora na calma

o saber

que não é a memória de ti

és tu próximo

e para

tu

o convite

de conversar a vinho

quando puder e quiser

porque pelo que não é sabido

aquela tarde de hoje intui

o que ainda não sei

do teu

mas meu

Dionísio

ainda quer te ouvir

e falar

para um

que não é mais aquele

mas o outro

ainda quisto encontro

com a naturalidade sã do mar

fazendo onda

a saber :

meu corpo leve te quer

sem só por isto

queiras ler

quer como quer o mundo

antes enganado

pensava

amando um todo

que era não ter


Sim, antigo amor e novo quê,

mataram as paixões!

E o que fica são nossas vontades

apesar de.



A rocha antes submersa

depois da maré:

morreu.

(entre paixões suicidadas

de 21 de maio a a-gosto)


Em que pese

o que é de aquário

e não pesa

o jogo do post mortem

das re(l)ações

idealizadas

cá estou

com a coragem branda

de te chamar

depois de tudo claro

depurado

eletrificado para dentro

do mesmo dentro

antes oco

que transborda no agora

falo a mudez dos loucos

que já serenidade

passado o outono do cair

sim.

eu sou um sim

dito apenas

não

ao desamor

intolerável

no mesmo

estreito:

agora.

o que tens e quem sou

é desmedido

como acaso qualquer

e já nem ligo

aquilo de solar

rosa e abóbora

nada afirmado pela repetição

mas pelo que há de lua

a tocar

mais ainda profundamente

assim me parece

tudo ter sido

um trágico ensaio


nem sabes

não que importe

mas intuí no corpo

a tua chegada

como quem rastreia um cheiro

antes de lá no mar

e à beira

encontrar

repetindo

sim

ainda te adimiro

mesmo unguando

teus cortes na minha vaidade

agora

cuidadosamente

dela cuido eu

sem mais ferir tanto

alguém

matadas as moralidades

pelo triunfo do amoral

acredito eu nos novos outonos?

sim.

e gosto

porque te gosto

na lucidez de agora

sem precisar.

Poema de Carlos Jubah