Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
sábado, 29 de janeiro de 2011
Pensando triste
Talvez demente!
Quem sabe o sol
Traz o calor
Para um amor
No arrebol.
Seria um pranto
Talvez encanto!
Que em uma vida
Vendo esta luz
Que o som seduz
Alma ferida.
Grito de fera
Uma quimera!
Seria a fonte
Essa lembrança
Sem esperança
Ou uma ponte?
Só abro a mente
E sigo em frente!
Não é de hoje
E nem foi ontem
Foi um desmonte
A dor no alforje.
Poema de Paola Rhoden que será publicado em Antologia na Ciudad de México - Janeiro de 2011.
Navegante
Às vezes leme,
às vezes vela
e toda vez que vem a tempestade
me ancoro num ponto 'ausente.
Escarnecendo meus nós
por uma voz temente.
Navego por onde segue a calmaria...
Às vezes proa,
às vezes popa
E nessa calmaria eu navego...
Sigo a maré que me leva ao porto
onde minha letra desfaça tudo
que tange lúgubre.
E a calmaria segue...
Poema de Rosângela Ataíde.
Mitologias
Por tanto pressa
Foi nosso amor,
Foi nossa dor
Nas vastas vias
Congestionadas
De estreitas gentes
Em amargor
Nas mãos de Chronos
E devorando
Os próprios filhos,
Mitologias,
Enquanto guiam,
Entre Tifeus,
Titãs e cérberos
E vãs certezas,
Os próprios carros,
Os próprios medos
De sós ficarem
Sem posto ou carro,
Sem cargo ou farra,
Paralisadas
E engarrafadas
Nos vãos, semáforos
De uma avenida
Que só conduz
A inútil pressa
De quem perdeu
Há muito tempo
As mãos e o véu,
Úbere céu
Que nos atavam.
E agora assim
Sem nada mais
Que nos vincule
Sem canto ou messe
Para cantar,
Para ceifar
E que traduzam
Feroz vertigem,
Qualquer verdade,
Perdida herdade
Que nos acolha,
E nos recolha
De frio chão,
Procuro em vão
Por nós, velames,
Por quilha e amarras,
Velhas canções,
Arras, camões,
Canhões, guitarras
Num peito arcano
Que mesmo só
Sem vela e insano
Na estrada imensa
Insiste e canta.
Felipe Mendonça -
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