Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 16 de maio de 2010

Canção suicida












Antes era livre;
Dispunha de amplo
Firmamento teórico para aventuras
Amorosas e ontológicas,
Mas nunca conjecturei-me feliz,
Sabendo até que muito desejava tal emoção.
Certas associações tão óbvias
Não se conjugam neste mundo incongruente,
Enquanto algumas contradições surpreendentes
Enredam-nos facilmente nos viéses da vida,
Pois sendo amante devasso
De todas as fórmulas de lupanar
E de fêmeas filosofias ocidentais,
Não era feliz,
Não, ao menos, como um dia foram
Gregos ou romanos transfigurados
Pela apolínea beleza do Olimpo...
Contudo, hoje, quando circulo,
Sempre me deparo com paredes
Sem contradições, de crueldade,
Liturgia escolhida
De uma única profissão de fé.
Porém, nem tudo parece perdido...
Nelas, percebo sempre uma janela
Para, de monturos de arame e aflição,
Defenestrar-me, alcançando,
(Quem sabe?) após prisão e flagelo,
A medida vaga da aceitação,
Que vem de saber que o saber
Faz sofrer eternamente...

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

PIPAS COLORIDAS SOLTAS NO CÉU



PIPAS COLORIDAS SOLTAS NO CÉU
(Essa poesia é dedicada aos amigos Sérgio Salles-Oigers, Lenne Butterfly e Fabiano S. Silva )

Tenho folhas escurecidas para soltar no vento
Escurecidas pelo tempo
Que andei brincando de pular as cordas
Que escondiam o pólen das flores que queriam amar
Antes que a primavera pudesse chegar

As pipas coloridas que estão soltas no céu
São apenas enfeites que camuflam
A tristeza que está no olhar daqueles que não tem a quem amar
Que não tem um carinho durante a noite fria
Que não tem um soluço para secar

Tenho estrelas que querem sorrir na noite
Mas a claridade do sol ainda está distante
Do pólo norte onde se encontram meus sonhos
Meus sonhos não são azuis como o infinito
Sonho apenas em tentar conter meu grito

Em tentar encontrar a solidão vazia
Para onde poderei partir
Sair sem me despedir
Desaparecer com as folhas escurecidas
Que soltarei no vento
Para evaporar nas frestas do tempo

Autor: Arnoldo Pimentel