Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 12 de outubro de 2008

Intervenções do Pó.















Manifesto do grupo cultural "Pó de Poesia".





O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão.

Que a Expressão Emocional vença.

E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...

Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó

Então queremos Renascer do pó da poesia

Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.

A poesia é pólvora. Explode!

O pó mágico da poesia transcende o senso comum.

Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.

Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor

E da insondável vida...

Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugáz.

Como a palavra que escapa para formar o verso

O despretencioso verso...

Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...

Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.

O Pó que cura.

Queremos ressignificar a palavra Pó.

O pó da metáfora da poesia.

A poesia em todos os poros.

A poesia na veia.

Creia.

A poesia pode.


( Ivone Landim )




No dia primeiro de julho de 2008 se deu no Espaço Cultural Sylvio Monteiro em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, durante um evento que homenageava os poetas do município, a fundação do grupo cultural "Pó de Poesia". O grupo composto por poetas de várias cidades da região da Baixada como Nova Iguaçu, Belford Roxo e Mesquita visa seguir o legado de um outro grupo cultural bastante emblemático no cenário artístico da região o desmaio públiko.
A poeta e professora de Literatura Brasileira Ivone Landim foi a grande mentora e idealizadora do grupo que ainda conta com os nomes de Marcio Rufino (poeta e historiador); Dida Nascimento (poeta, cantor e compositor); Hélida Mascarenhas (cronista e sanitarista); Wilker França (poeta e produtor cultural); Mariana Mendonça (poeta e professora de Língua Portuguesa); Jorge Medeiros (poeta e orientador pedagógico); Ângela Sá Freire (professora de Língua Portuguesa) e Marcelo França (poeta e fotógrafo).
O Pó de Poesia vem promovendo intervenções poéticas não só no Espaço Cultural de sua fundação, mas também em praça e barzinhos. A última intervenção foi realizada no dia 11 de outubro na Praça do Skate em Nova Iguaçu. O grupo se reune todo segundo sábado do mês.
O manifesto acima e o belíssimo poema "Pó de Poesia", ambos de autoria de Ivone Landim são os carros chefes do grupo que se confraterniza sempre em meio de bebidinhas, bate-papos, tira-gostos e leituras de poemas do grupo e de autores consagrados.
Portanto, sacudam todo o pó dos poemas engavetados, puxem uma cadeira, dêem a primeira golada e juntem-se à nós!!!







domingo, 24 de agosto de 2008

O despertar de Adão.

Outro dia ao acordar, imaginei-me no lugar de Adão. Mas não o Adão de Eva; não o Adão da árvore do fruto da ciência do bem e do mal; não o Adão da expulsão do Paraíso; não o Adão que gerou Caim e Abel. Mas o Adão de seu princípio. O Adão que sendo o começo de tudo, foi ele o próprio princípio do começo. E sendo ele seu próprio início, ainda sofria e se espantava com seu próprio desconhecimento de si e de tudo que lhe rodeava.

Falo do Adão que tinha acabado de despertar do primeiro sono gerador de sua vida, e sendo primeiro, também gerador da humanidade. Falo do Adão que acordou do sopro nas narinas e ao sentir-se barro fresco revestido em epiderme, se fragilizava e se confundia com aquilo que lhe era dado.

O impacto da dor do princípio das coisas e seu espanto é algo inigualável, pois ao acordar sentia a mim, meu colchão e meu lençol como terra pura. Eu era um Adão-Frankstein que desconhecia a mim e ao mundo e sendo me dado de presente, não sabia o que fazer com aquilo tudo. Que já nascia homem e sendo homem feito, recém-nascido, dado de presente de si para si, não sabia o que fazer com o primeiro dia, a primeira fome, o primeiro medo, a primeira sede, o primeiro desejo, a primeira raiva, a primeira manhã, a primeira manha, já que era eu o primeiro.

Não ser acostumado consigo mesmo e com o mundo causa um êxtase gozosamente insuportável. O susto das coisas em volta é algo fatalmente e irremediavelmente bom, pois a minha reação perante os livros, o guarda-roupa, o criado-mudo e os outros objetos do meu quarto deveria ter sido como a perplexidade de Adão perante as árvores, o rio, o mato, os bichos e o céu imersos na redundância física do momento que se exibia. Que é a reação do prazer em conhecer sem conhecer o prazer. O prazer inconsciente e desconhecido é um milhão de vezes melhor do que o prazer propriamente dito. Ainda mais quando se concebe e se pare a si próprio, sendo o seu próprio pai e sendo a sua própria mãe.

Cabia a mim, apenas, me agarrar ao primeiro andar e caminhar com bastante dificuldade até o banheiro, onde liguei a torneira e acolhi nas minhas mãos em conchas aquele outro ser sedutoramente desconhecido: a água. E o primeiro contato desta no meu rosto fazia tudo gradativamente se apagar. E do redemoinho que nascia do ralo, eu via escoar-se tudo: o sentido primeiro das coisas; a sensação primeira de tudo e o Adão que havia em mim.

( Marcio Rufino )



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Pó de poesia


Não envelheço
Porque uso pó de poesia
Assim as rugas se renovam
E um novo tecido se tece.

Uso pó de poesia
Para retirar a poeira do esqueleto
Ressuscitar o que está morto
E dá um novo verso ao rosto.

Uso pó que me leva às trilhas
Ilhada que sou entre avó e filha
Uso máscara
E escondo as marcas de cada dia
De um cotidiano sem graça.
Uso pó
Pra sumir e não achar
A idade da poesia...

(Ivone Landim)


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